quarta-feira, 29 de abril de 2009

Mensagem do Dia Internacional da Dança 2009

Dia Internacional da Dança - 29 de Abril, 2009

«Este dia muito especial, Dia Internacional de Dança, é dedicado a uma linguagem que todos nós no mundo podemos falar, a linguagem inerente aos nossos corpos e às nossas almas, aos nossos antepassados e aos nossos filhos.

Este dia é dedicado a todos os deuses, gurus e avós que sempre nos ensinaram e nos inspiraram.

A cada canção, impulso e a cada momento em que nos fez mover.

É dedicado à criança pequena que deseja mexer-se como a sua estrela e à mãe que diz, "tu já podes".

Este dia é dedicado a cada corpo de todos os credos, cores e culturas que carrega as tradições do seu passado em histórias do presente e sonhos do futuro.

Este dia é dedicado à Dança, à sua miríade de dialectos e ao seu imenso poder para expressar, transformar, unir e encantar.»

Akram Kahn

sexta-feira, 24 de abril de 2009

A formiga no carreiro

A formiga no carreiro
Vinha em sentido cantrário
Caiu ao Tejo
Ao pé dum septuagenário
Larpou trepou às tábuas
Que flutuavam nas àguas
E de cima duma delas
Virou-se prò formigueiro
Mudem de rumo
Já lá vem outro carreiro
A formiga no carreiro
Vinha em sentido diferente
Caiu à rua
No meio de toda a gente
Buliu buliu abriu as gâmbias
Para trepar às varandas
E de cima duma delas
Virou-se prò formigueiro
Mudem de rumo
Já lá vem outro carreiro
A formiga no carreiro
Andava a roda da vida
Caiu em cima
Duma espinhela caída
Furou furou à brava
Numa cova que ali estava
E de cima duma delas
Virou-se prò formigueiro
Mudem de rumo
Já lá vem outro carreiro

Zeca Afonso

domingo, 19 de abril de 2009

"Desafios da Animação Sociocultural"

"Uma conversa acompanhada de um chá...". E assim, aconteceu a primeira tertúlia que abordou os Desafios da Animação Sociocultural.

A tertúlia, foi o resultado de um desafio que oportunamente, lancei numa conversa de café às animadoras Márcia Pereira, Marta Sá e Filipa Azevedo, promotoras e dinamizadoras daquele fim de tarde, aprazível, em redor das ideias e das palavras que se queriam soltas, profundas e provocadoras de consciências, numa conversa aberta, participada e interessada.

A tertúlia que ontem aconteceu no Café Fnac, no Madeira Shopping, teve como principal objectivo aprofundar a reflexão sobre a Animação, um processo de reflexão e discussão sustentado nos projectos desenvolvidos pelas promotoras da tertúlia, resultado dos respectivos estágios profissionais.

O grupo de pessoas, por sinal interessado, nas questões da Animação Sociocultural, infelizmente, muitos dos Animadores a trabalharem na região, optaram pela ausência. Aqueles que passaram pela Fnac, poderam conhecer de uma forma mais realista, intimista e na primeira pessoa, o testemunho das primeiras experiências profissionais vivenciadas pelas animadoras, num trabalho de terreno realizado com as respectivas comunidades, alvo dos seus projectos de intervenção. E foi em torno destes projectos que a troca de ideias, a discussão e a provocação do debate que se deseja que continue, aconteceu naturalmente, no mínimo, interessante.

Faço votos e certamente que os dirigentes associativos na Região Autónoma da Madeira, com responsabilidades em matéria de defesa dos interesses dos Animadores e no debate sério sobre a Animação Sociocultural, serão capazes de provocar novos tempos de reflexão, num espaço que se deseja informal e dessacralizado. Um tempo e espaço onde a sociedade possa ser ouvida, onde possamos, num discurso claro e directo, trilhar novos caminhos, construir outras acções comprometidas com as instituições. Precisamos de Animadores provocadores de consciências, agitadores de causas, que acreditem que é possível transformar.

terça-feira, 14 de abril de 2009

Linhas orientadoras da Carta do Protagonismo Juvenil

“Animação SocioCultural e Protagonismo Juvenil” foi o tema do III Encontro Nacional de Formação de Jovens Animadores que se realizou entre os dias 9 e 11 de Abril, em Vila Nova de Famalicão, iniciativa da responsabilidade da Plataforma de Animadores SocioEducativos e Culturais (PASEC).

Dos trabalhos desenvolvidos, resultou as linhas orientadoras da Carta do Protagonismo Juvenil, aprovada na última sessão do Encontro Nacional. Aqui fica o registo dessas mesmas linhas:


A) São Direitos do Protagonista Juvenil:

- Ter liberdade de expressão
- Ter o apoio das instituições públicas competentes a nível estrutural e financeiro para implementação dos seus projectos
- Ter acesso a espaços de discussão como grupos de base, reflexão ou políticos
- Ter oportunidades de formação como complemento ao seu percurso de desenvolvimento pessoal e social
- Contar com o apoio da família enquanto agente primário de socialização
- Ter oportunidades de intervenção

B) São deveres do Protagonista Juvenil:


- Acatar com a responsabilidade e consequências das opções e intervenções que desenvolve
- Encarar a participação activa como forma de promoção de uma Educação para a Cidadania
- Ser dinamizador e mediador da Comunidade
- Divulgar junto dos seus pares e comunidade as dinâmicas e processos fomentadoras do Protagonismo Juvenil
- Privilegiar na sua intervenção as comunidades de risco
- Respeitar as diferentes Ideologias e Perspectivas de pensamento
- Respeitar a identidade e integridade dos sujeitos com quem interage ou opera
- Encarar-se enquanto indivíduo como Actor, embora sem desvalorizar o seu papel de observador

C) O Protagonista tem como os seus principais Campos de Oportunidade:


- O Associativismo Juvenil é uma das formas de expressarmos os nossos ideários
- Práticas de Educação para a Cidadania
- Promoção do Desenvolvimento Local
- Divulgação das Causas e Projectos Juvenis
- Programa Juventude em Acção
- Programas Nacionais de Apoio aos Jovens
- Produção de Conhecimento na Área juvenil
- A Escola também como espaço de Educação Não-Formal
- Participação Democrática
- Participação e Produção Cultural
- Grupos informais de intervenção local (Ex.: grupos informais da PASEC)
- Metodologias participativas como forma de mobilização das comunidades juvenis

sábado, 11 de abril de 2009

Acção de formação "Serviços Educativos em Museus"

"Serviços Educativos em Museus" é a acção de formação promovida pela ARCHAIS, Associação de Arqueologia e Defesa do Património da Madeira em colaboração com a Câmara Municipal de Machico. Esta formação terá lugar, dia 25 de Abril de 2009, entre as 9h e as 12h30m, na Sala de Actividades Culturais da Junta de Freguesia de Machico. A acção proposta tem como objectivo divulgar as estratégias no âmbitos dos serviços educativos dos espaços museológicos, e propor novas formas de abordagem à componente educativa, tendo como horizonte, a promoção da educação ao longo da vida.

A actividade formativa será dinamizada pela Dr.ª Ana Duarte, licenciada em História, e actualmente a frequentar o doutoramento em Museologia e Património na Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa. Da sua actividade profissional, destaque para o desenvolvido de projectos de implantação de serviços educativos em diversos espaços museais nacionais.

As inscrições têm um custo de cinco euros. Os interessados poderão formalizar a inscrição nos serviços do Núcleo Museológico de Machico - Solar do Ribeirinho, pelo telefone 291964118, até ao dia 22 de Abril.

quarta-feira, 8 de abril de 2009

Contrariar o conformismo... uma tarefa de todos

É com inquietude de espírito que assisto a uma apatia dos Animadores Socioculturais e até, o manifesto de concordância, talvez, numa tentativa de compromisso futuro com a instituição e seus dirigentes, que as relações laborais, naturalmente, impõem a todos os profissionais em início de carreira. Parece-me oportuno, apelar à ética, no sentido dos Animadores contrariarem essa realidade do mundo laboral.

O meu desencanto agrava-se ainda mais, com a postura passiva que alguns Animadores assumem perante a comparação que muito boa gente, continua a fazer entre o agente sociocultural, Animador, com formação específica no domínio da Animação Sociocultural, independentemente, do nível de formação (nível III, IV e V) e os entertainers. Esta minha observação sustenta-se na concretização de um projecto de Animação Sociocultural, realizado por colegas de formação e profissão, que contemplou uma curta actuação de um entertainer, apresentado como animador, que simplesmente subiu ao palco e interpretou meia dúzia de músicas de gosto dúvidoso. Continuo a interrogar-me, sobre o contributo daquela curta actuação para a mudança social no contexto daquele projecto de Animação.

Nada tenho contra o exercício da actividade dos entertainers, desde que, não se definam como animadores, e os Animadores Socioculturais não se demitam das suas responsabilidades em matéria de defesa e honrabilidade da sua profissão. O testemunho deste facto, veio uma vez mais, comprovar que os Animadores Socioculturais vivem num pessimismo relativamente as questões centrais para a definição da sua profissão, mas, sempre na esperança de que aconteça um milagre e tudo se resolva, a bem dos Animadores e da Animação Sociocultural.

Não é com conversas de retórica que alcançaremos os objectivos que perseguimos há muito tempo. O milagre que esperamos acontecerá com trabalho colectivo, que pode dar-se a diferentes níveis de envolvimento, com o exigir de responsabilidades às instituições e seus dirigentes, e com uma atitude pró-activa na defesa e dignificação da Animação Sociocultural e dos Animadores. O processo de mudança começa no compromisso de cada Animador.

segunda-feira, 6 de abril de 2009

Encontro Nacional "Animação SocioCultural e Protagonismo Juvenil"

A PASEC, Plataforma de Animadores SocioEducativos e Culturais, em parceria com outras entidades organizam o III Encontro Nacional de Formação de Jovens Animadores “Animação SocioCultural e Protagonismo Juvenil”. Esta iniciativa também designada por Feira Nacional do Protagonismo Juvenil, realizar-se-á nos dias 9 e 11 de Abril, na Escola Profissional CIOR, Vila Nova de Famalicão.

Entre as actividades programadas, destaque para o painel temático “O Modelo de Animação SocioCultural Português”, com a presença do Prof. Fernando Ilídio, Director do Mestrado de Animação Sociocultural da Universidade do Minho e dos Professores António Leal e Virgílio Correia da Escola Superior de Educação de Coimbra, entre outras personalidades. O painel terá lugar na Escola Profissional CIOR, no dia 10 Abril, pelas 14h30.

Ainda de acordo com a organização, o encontro contará com uma série de ciclos temáticos sobre a forma de worshop’s que abordarão os vários métodos de intervenção preconizadores e mobilizadores das manifestações de protagonismo juvenil, mais concretamente o protagonismo juvenil expresso através das artes de rua, expressão dramática e educação lúdica.

“O Modelo de Animação SocioCultural português” e “Educação e Pedagogia”, são os temas em discussão nas mesas-redondas, na modalidade de painéis temáticos. Paralelamente será discutida e aprovada uma proposta de Carta do Protagonista Juvenil, como documento orientador de reflexão sobre as temáticas em reflexão. Outras actividades estão agendadas, nomeadamente, a realização do torneio “All Football” com a participação de adolescentes e jovens das instituições parceiras da PASEC, jogos nocturnos e uma noite cultural na Cidade de Famalicão aberta à comunidade.

quarta-feira, 1 de abril de 2009

1º Encontro de Teatro Comunitário

Felicito a Márcia Pereira, Animadora Cultural e Educadora Comunitária, pela liderança do projecto de Educação pela Arte na Inclusão Social, desenvolvido no Centro Luís de Camões - IPSS, no Funchal. Integrado neste projecto esteve o 1º Encontro de Teatro Comunitário, no âmbito das comemorações do Dia Internacional do Teatro, no passado dia 27 de Março.

Foi com expectativa que fui até ao jardim do Bairro do Hospital, no Funchal, assistir àquele que considero um projecto de Animação Sociocultural; uma iniciativa que reuniu numa clareira rodeada de blocos de cimento, cuja finalidade, é alberguar centenas de pessoas anónimas. Dezenas de pessoas assistiram de forma intimista, provocadora, mas com um sentido de intervenção com a comunidade, muito forte. Afinal falamos de teatro comunitário. Passaram pelo palco, vários grupos de actores, utentes de diferentes instituições de intervenção social, que quiseram partilhar as mesmas e também, outras problemáticas.

Este foi um trabalho também orientado por colegas Animadoras, que através da linguagem teatral procuram desenvolver com os protagonistas da acção, um conjunto de competências sociais, profissionais e de identidade. O teatro é um instrumento de integração social, de estímulo e de tomada de consciência para as problemáticas da comunidade, para outras acções de intervenção com a comunidade, enfim, para a dramatização de outras histórias paralelas à história dramatizada no palco da vida.

O que é o Teatro Comunitário?

O teatro comunitário é uma modalidade de teatro realizada por pessoas com pouca ou nenhuma experiência na linguagem teatral, cujo conteúdo é baseado na realidade quootidiana dos que participam da experiência e na problemática específica da comunidade. Neste estilo de teatro a técnica e a formação de actores é apenas um dos caminhos a serem percorridos. Cabe primeiro pensar o cidadão. Um bom cidadão certamente poderá ser um bom actor.