terça-feira, 27 de março de 2012

Mensagem do Dia Mundial de Teatro da Sociedade Portuguesa de Autores assinada por Urbano Tavares Rodrigues

Com confiança em 2012 para que a mensagem do Dia do Teatro torne possível viver com alegria e amor.

A arte da comunicação por excelência, desde as tragédias gregas que, com o apoio da música e da dança, comentavam o vivido e anunciavam o futuro, o teatro interage com os espectadores, chama-os a uma apaixonada participação, que se traduz em aplausos, outras vezes, raramente, em assobios e pateadas.

Quando a barreira entre o público e a plateia desaparece, consuma-se a vivência profunda do teatro.

É assim o espectáculo teatral um instrumento riquíssimo de educação colectiva e até de formação dos espectadores.

O seu interesse pedagógico e vital mantém-se na passagem à televisão e mesmo ao cinema mas não há como a presença física, corporal que confere ao teatro o seu poder educacional e político. Arte da polis, da cidade ou, em termos muito correctos de formação do ser humano.

O teatro, o teatro verdadeiramente popular, na mais nobre acepção da palavra, é, deve ser, um meio de formação, desalienante, que acautela o espectador contra a propaganda mentirosa de uma sociedade sem valores que visa aliená-lo, para o utilizar como coisa ao serviço de uma máquina triturante de falsos valores económicos.

Vem o teatro ao encontro do povo, que saberá amiúde e por ele, com ele, transformar a vida, torná-la mais bela, mais humana, mais digna de ser vivida com alegria e amor.

Tal é o desejo profundo de Urbano Tavares Rodrigues

Março 2012

sexta-feira, 23 de março de 2012

Outras leituras


«Da democratização cultural à democracia cultural» assinado por Natércia Xavier, é o título de um artigo de opinião publicado num matutino regional que expressa uma clarividência sobre o papel primordial que a programação cultural desempenha na dinamização dos equipamentos e na consolidação dos projetos artísticos. Deste artigo quero sublinhar a visão global e comprometida da democracia cultural com o corpus comunitário. 

A crise atual traz oportunidades de mudança que passará por uma seletividade das políticas culturais sustentadas na participação comunitária, dos projetos culturais e artísticos com vocação para a educação dos públicos, para a cidadania cultural que exige autonomia de ação e de pensamento, implicando sempre as pessoas no processo e que não privilegie apenas o resultado.

Apraz-me reivindicar para os animadores socioculturais tais funções na dinamização de programas e projetos, mas, de uma forma incisiva e necessária os equipamentos culturais, nomeadamente, os centros cívicos e outros espaços para a cultura. Estes agentes, graças, à sua formação possuem ferramentas metodológicas de investigação social que possibilitam uma leitura e análise crítica das necessidades culturais da comunidade. Eles estão dotados de saberes teórico-práticos que lhe possibilitará trabalhar com as populações, envolvendo-as na dinamização cultural comunitária.

Num outro artigo intitulado «Gestão Cultural» da autoria de Nuno Morna é defendido a urgência de um «verdadeiro curso de Gestão Cultural», onde sugere um conjunto de possíveis disciplinas. Sobre o curso de mestrado em gestão cultural lecionado na Universidade da Madeira apenas referir que uma leitura um pouco mais atenta e crítica ao plano curricular do mestrado será suficiente para que cada agente cultural possa formar a sua própria opinião ou até tomar consciência da muita oferta formativa que o ensino superior em Portugal disponibiliza aos cidadãos. 

Por outro lado, parece-me que o aludido artigo revela algum desconhecimento da formação académica dos animadores socioculturais e das muitas instituições, como saídas profissionais capazes de absorver nos seus quadros os profissionais da animação. É urgente, sim, começarmos a valorizar os animadores socioculturais e possibilitar uma maior intervenção autónoma e sustentada na comunidade.

segunda-feira, 12 de março de 2012

Máster Iberoamericano de Animación Sociocultural y Comunitaria


O Máster Iberoamericano de Animación Sociocultural y Comunitaria é um projeto de formação dinamizado pela Red Iberoamericana de Animación Sociocultural (RIA), com o objetivo de fazer face no panorama atual à ausência de formação em animação sociocultural no território iberoamericano. O máster propocionará o intercâmbio de informação e experiências no âmbito da animação e os vários agentes que intervêm nos diferentes territórios.

A RIA deseja proporcionar uma formação a partir da experiência, impulsionando o uso das novas tecnologias como instrumento de dinamização dos processos de participação. A RIA aposta de forma decisiva na professionalização da animação sociocultural.

O Máster de Animación Sociocultural e Comunitária dividi-se em quatro blocos formativos: animação sociocultural e comunitária: conceptualização y fundamentos; novos enfoques em animação sociocultural e comunitária; metodologia para o desenvolvimento de projetos de animação sociocultural e comunitária; a animação sociocultural e comunitária na Iberoamerica.